ACELERE NAS 10 MILHAS

ACELERE NAS 10 MILHAS

Bater seu recorde pessoal em uma porva de 10 milhas exige foco nos treinos de qualidade e volume. “Independente de ser experiente nos 16 km ou iniciante no trajeto, o corredor precisa aumentar a intensidade dos treinos, para ganhar velocidade e sustentar o volume de 16 km no ritmo desejado”, afirma o treinador Fábio Alonso, o Tchê, da Trainer Assessoria Esportiva, de Curitiba (PR).
 
O objetivo será suportar um ritmo próximo ao que o atleta desenvolve nos 10 km, mas em uma prova com 60% a mais de volume. “Aqui, o importante é trabalhar resistência e velocidade. Uma estratégia é realizar tiros de 1 km, por exemplo, em 5’, com intervalos de 1’ entre cada um. E, depois, manter a distância e diminuir intensidade e descanso para 5’15” e 30”, respectivamente. Assim, o corredor se prepara para sustentar o ritmo aos poucos”, explica Alonso.
 
COMBINE TREINOS DE VOLUME E INTENSIDADE
 
Para o treinador Emerson Bisan, da assessoria esportiva Nova Equipe, de São Paulo (SP), um período de dois meses de preparação pode ser dividido em treinos que foquem o aumento de quilometragem e, ao mesmo tempo, velocidade. “Recomendo treinos longos, que cheguem, ao máximo, entre 14 km e 16 km, nos quais o atleta deve evoluir, aos poucos, distância e ritmo. Ou seja, se a meta é completar as 10 milhas em 5’30”/km em média, ele deve começar correndo 12 km nesse pace, e aumentando o trajeto gradativamente.”
 
“Quem corre três vezes por semana pode revezar o treino longo com um trabalho de qualidade [que pode começar com tiros de 400 m e evoluir 200 m a cada semana, até chegar a 1 km, em seis a 15 séries, dependendo da distância] e um de sensibilidade, onde o atleta deve variar a distância e correr em velocidade constante, dentro da sua capacidade máxima. É essa combinação de estímulos diferentes que leva ao ganho de performance”, completa Bisan.
 
DESCANSE PARA O DIA DA PROVA
 
O período final da preparação deve ser efetuado a partir das duas semanas que antecedem a prova. Para a última semana, Bisan indica duas a três sessões, com baixo volume e intensidade. “Esse é o momento de reservar energias para a corrida, e recuperar o corpo dos treinos fortes realizados nas semanas anteriores. É nessa hora, de descanso, que o sistema nervoso central entende os estímulos e o desempenho melhora.”
Quem concorda é o empresário de tecnologia Antonio Borba, 38, que tem como melhor marca 1h14’23” nos 16 km. “Na última semana, costumo trotar metade da distância da prova, no máximo. Se estiver bem, faço até dois treinos, porém encerro as atividades três dias antes do evento”, conta.