ELITE NACIONAL QUER MELHORES CONDIÇÕES PARA INICIANTES NA CORRIDA DE RUA

ELITE NACIONAL QUER MELHORES CONDIÇÕES PARA INICIANTES NA CORRIDA DE RUA

Fundistas alegam que além do que eles consideram como excessivo o número de africanos em provas nacionais, a presença desses estrangeiros em provas de pequena expressão atrapalha na evolução do esporte brasileiro. 
 
Depois de uma semana tensa e conturbada, a décima etapa do Circuito de Corridas Caixa aconteceu conforme rege o protocolo, diferente do ocorrido em Ribeirão Preto (SP), onde a elite brasileira se organizou e protestou contra o que eles consideram o alto número de atletas estrangeiros.
 
Tudo correu normalmente em São Paulo, pois a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) afirmou, por meio de nota, que ouviria as revindicações dos fundistas ainda em novembro, durante o Fórum Técnico que acontecerá na capital paulista.
 
“A CBAt nos procurou e disse que vai nos receber para conversar”, explicou Conceição de Maria Carvalho, uma das líderes entre os atletas, minutos antes de se alinhar para a largada da prova do último domingo.
 
Melhores condições para base- Para Conceição a briga vai além daquilo que acontece atualmente com a elite. Segundo ela, muita coisa precisa melhorar para que os corredores de rua tenham condições de evoluir no esporte.
 
“Em qualquer prova pequena você encontra africano correndo e ganhando. Isso desestimula quem está começando, pois o dinheiro da premiação é importante para o brasileiro, pois iria ser usado para comprar equipamento, se alimentar, se sustentar”, relata a fundista.
 
Em cima dessa revindicação, o grupo de atletas quer que a atual norma seja alterada da seguinte maneira: corridas internacionais seriam nível um e com participação livre de estrangeiros, nacionais seriam nível dois, limitadas a somente um competidor masculino e feminino fora do Brasil e estaduais seriam nível três, proibidas para corredores que não sejam brasileiros. Além disso, no início da temporada todas as provas já ficariam classificadas de acordo com cada categoria.
 
De acordo com Giomar Pereira, outro atleta que também cruzou os braços em Ribeirão Preto e largou em São Paulo, o objetivo do grupo é expor as dificuldades que os fundistas encontram em competir em condições igualitárias com o que ele aponta como “invasão queniana”.
 
“Queremos que a Confederação olhe mais para o atletismo na parte de corrida de rua. Hoje você chega em uma prova e encontra quatro ou cinco quenianos, poxa! Faz assim, traz quenianos, mas faça uma premiação para brasileiros e outra para eles”, sugere o corredor do Cruzeiro.
 
Nem todos no mesmo barco- Apesar da união de vários fundistas da elite nacional, ainda não são todos que estão mobilizados com a causa. De acordo com Giomar, a delegação do Pinheiros estava disposta a largar para a prova de São Paulo, seja qual fosse a postura dos demais atletas. “A gente iria fazer um cordão de isolamento aqui e não iria deixar ninguém passar. O pessoal do Pinheiros disse que iria largar mesmo assim”.
 
Rafael Novais, um dos fundistas do clube de São Paulo, não quis comentar qual seria sua atitude caso fosse impedido de largar mas alegou que acha válidas as revindicações feitas por seus colegas. “Isso é importante para a valorização do corredor brasileiro, já a atitude de bloquear a largada seria muito rigorosa”, afirma. Novais disse que ainda não aderiu ao grupo, mas que conversaria com seu técnico para juntos tomarem uma decisão.