LESÃO: NÃO DEIXE A CANELITE TE DERRUBAR

LESÃO: NÃO DEIXE A CANELITE TE DERRUBAR

Popularmente chamada de canelite, a síndrome de estresse do medial tibial costuma ser um tormento para muitos corredores iniciantes - e, em alguns casos, também para os mais experientes. Processo inflamatório que ocorre na membrana que envolve o osso da canela - a tíbia (veja no infográfico abaixo) -, a lesão pode ter relação com vários fatores: excesso de atividade, corrida em superfícies duras (asfalto, por exemplo), uso de calçados com sistema de amortecimento inadequado, entre outros problemas ligados a impacto.



Tratamento

A canelite tem que ser olhada com um cuidado especial, já que pode desenvolver problemas mais sérios. Além do habitual incômodo na região logo acima ao tornozelo durante a prática da atividade física, a canelite pode causar uma fratura por stress num estágio mais avançado, garante o ortopedista Ricardo Cury, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho.

- O tratamento é com antiinflamatório, medicamentos para alívio da dor, fisioterapia, alongamentos ou, caso persista, a parada e uma reorientação dos treinos. Existe uma melhora do sintoma com essas medidas. Curado, em seguida, vale levantar os fatores que causaram o problema, para que ele não retorne. Se foi treino em excesso, se o tênis já precisa de uma troca por prazo de validade - diz o médico, que orienta também alguns alongamentos (veja como fazer no infográfico acima).

Tempo de recuperação

O tempo de recuperação pode divergir de um especialista para outro, além de depender de como o organismo de cada corredor vai reagir. No entanto, segundo o ortopedista, a média da recuperação desse tipo de lesão é de cerca de três semanas, enquanto a fratura por stress pode levar até mais de um mês e meio e, em casos mais extremos, necessitar do tratamento cirúrgico. “Mas é tudo caso a caso”, diz ele.

CARACTERÍSTICAS DA CANELITE

Causa: Excesso de atividade
Tratamento: Alongamentos
Nos treinos: Corridas mais curtas e uma nova planilha

Causa: Treinos em superfícies duras
Tratamento: Fisioterapia
Nos treinos: Passar gelo na tíbia após a atividade

Causa: Calçados com sistema de amortecimento inadequado
Tratamento: Uso de medicamentos e antiinflamatórios
Nos treinos: Mudança de superfície (treinar na terra ou na grama, por exemplo)

Causa: Problemas ligados a impacto em geral
Tratamento: Suspensão de treinos em alguns casos
Nos treinos: Uso de tênis específico para o tipo de pisada (neutra, supinada ou pronada)

Retorno

A volta aos treinos no caso de parada também requer uma atenção. Em alguns casos, a dor volta junto com a corrida, e o atleta tem que estar atento. Dicas como o uso de palmilhas ortopédicas e a procura por um tênis específico para o seu tipo de pisada (neutra, supinada ou pronada) costumam ser boas saídas. Além do mais, a planilha deve sofrer alguma mudanças, com atividades mais leves, garante o treinador Rubens D’Elia.

- Sugiro uma aquecida, um trote leve e, em seguida, alongamentos na volta aos treinos. Também é importante tentar mudar o terreno e o local da corrida. Se está numa superfície dura, é bom ir para um lugar mais macio, como gramado, terreno de terra batida e areia. Além disso, não deve persistir com a dor. O legal é fazer uma varredura com gelo na tíbia quando chegar em casa para tirar o incômodo. Alongamento também é bastante útil. Se a dor persistir, é necessário procurar um tratamento - diz o treinador Rubens D’Delia.