POR QUE PARTICIPAR DE UMA COMPETIÇÃO?

POR QUE PARTICIPAR DE UMA COMPETIÇÃO?

Na primeira vez você vai mais para ver como é. Na segunda, estipula uma meta de desempenho… e a cumpre. Na terceira vez você quer mais, e decide que vai dar tudo de si para conseguir um resultado admirável (para você mesmo e para seus familiares). Aos poucos, você se torna um competidor voraz, arrojado, com metas cheias de dificuldade… e quando você vê, já está levando essas características para várias, senão todas, as esferas da sua vida.

Transformar-se em alguém mais ambicioso, ousado e seguro envolve apenas algumas das vantagens de se mergulhar no mundo competitivo. “Motivação, desafio, prazer estão entre as razões para os praticantes da corrida participarem de competições em geral”, diz Ricardo Antônio D’Angelo, com especialidade em Fundo e Meio Fundo e treinador do medalhista olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima. Mestre em Ciências da Motricidade e treinador há 30 anos, D’Angelo explica que “a superação de si mesmo e de seus limites estimulam a busca de desafios mais audaciosos, seja de distâncias mais curtas para as mais longas, seja de tempos mais rápidos em uma determinada distância”.

Ao decidir participar de uma corrida, o corredor dá um significativo passo em direção ao crescimento e amadurecimento tanto físico quanto psicológico. “Há uma organização física, emocional e estrutural da vida, e nesse processo a pessoa irá ter frustrações, superação de limites e tudo isso servirá de aprendizado na vida de atleta e pessoal, o que contribuirá para que ele se torne um indivíduo com mais força de vontade, autoconfiança e concentração”, enfatiza Marcio Geller Marques, psicólogo especialista em Ciências do Esporte, que há 11 anos atua como psicólogo do esporte em diversas modalidades.

Decidi competir, e agora?

O primeiro a fazer é se planejar e começar a seguir uma planilha de treinos. “Os objetivos devem ser organizados a partir do nível de aptidão física do indivíduo, não existe um tempo ideal para se indicar a primeira competição, bem como a distância, isso depende das experiências desportivas de cada um e de sua capacidade em adaptar-se às novas atividades”, explica D’Angelo.

Para não passar dos limites e acabar prejudicado, o treinamento deve ser organizado por um profissional qualificado: um professor de educação física e/ou treinador. “As cargas de trabalho devem ser elaboradas de forma crescente, lenta e gradual, e é importante o indivíduo estar em boas condições de saúde”, alerta o experiente treinador, que indica a todos que escutem o próprio corpo e as orientações do professor/treinador para não “avançar o sinal”.

Não vale desanimar!

Para não permitir que o desânimo fale mais alto, o psicólogo Marcio, que já acompanhou inúmeros esportistas, dá sugestões bem úteis baseadas em sua experiência. “Acompanhei um atleta que tinha medo de competir, perder e desapontar as pessoas próximas, e com o trabalho que fizemos ele perdeu seu medo e percebeu que praticamente todos os atletas ganham e perdem, a partir desse momento ele começou a competir com resultados surpreendentes”, relata o mestre em Ciências do Movimento Humano.

É natural ficar apreensivo quando o assunto é competir, muitos medos surgem, mas os especialistas garantem que os pontos positivos vencem qualquer argumento. O psicólogo Marques menciona o aspecto social, como a formação de novos grupos de amizades, como um relevante fator para a inserção no mundo da competição. “Toda competição bem orientada é muito boa, porque faz com que o indivíduo se organize e fique mais consciente do seu bem-estar, e também contribui para afastar a pessoa da solidão e aspectos depressivos causados pelo baixo convívio social”, afirma.

Já o experiente treinador Ricardo lembra que a competição e seu ambiente estão na vida e não especificamente no desporto, e por isso é tão comum projetar as experiências vividas no esporte para as situações de competição vividas no trabalho, família, etc. “Deste modo, podemos encontrar outras maneiras para superar nossos problemas e dificuldades”, conclui o treinador.

Fontes: Ricardo Antônio D’Angelo, graduado em Educação Física, mestre em Ciências da Motricidade, treinador há 30 anos, especialista em Fundo e Meio Fundo, treinador do Medalhista Olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima.

Marcio Geller Marques, psicólogo especialista em Ciências do Esporte, mestre em Ciências do Movimento Humano, que há 11 anos atua como psicólogo do esporte em diversas modalidades esportivas.