PRÁTICA DE ESPORTES PODE AJUDAR HOMENS A PREVENIR OSTEOPOROSE

PRÁTICA DE ESPORTES PODE AJUDAR HOMENS A PREVENIR OSTEOPOROSE

Jogar vôlei, basquete ou praticar esportes como futebol ou tênis, por quatro horas ou mais, por semana, aumenta a massa óssea e pode ajudar os homens a prevenir a osteoporose.

Um estudo sobre o tema – intitulado Increased physical activity is associated with enhanced development of peak bone mass in men: A five‐year longitudinal study e publicado no Journal of Bone and Mineral Research – destaca que homens jovens que resistem à tentação de adotar um estilo de vida sedentário lucram com uma maior saúde dos ossos, no futuro.

Segundo os autores do estudo, os homens que aumentam a sua carga de atividade física, na faixa etária entre 19-24 anos, não só desenvolvem mais seus ossos, como também apresentam ossos maiores em comparação aos homens sedentários. Ossos maiores, com mais massa óssea, oferecem uma proteção maior contra a osteoporose.

"O novo estudo revela um dado importante para os homens jovens: quanto mais atividade física, mais saúde óssea no futuro. Esportes que envolvem saltos ou arranques rápidos e paradas aumentam a carga colocada sobre os ossos do corpo, o que favorece uma maior proteção óssea para os homens.

Segundo os autores, o basquetebol e o voleibol parecem ser as melhores opções para a construção de massa óssea nos homens, seguidos pelo futebol e pelo tênis", informa o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.

Atividades físicas que não provocam um aumento de carga sobre os ossos - tais como natação e ciclismo - não estão associadas com a construção de ossos maiores ou com a formação de mais massa óssea, mesmo assim, oferecem outros benefícios à saúde.

Atividade física na prevenção da osteoporose

Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram dados de 833 homens, entre 18 e 20 anos de idade. No início da pesquisa, eles tiveram sua massa óssea registrada, bem como as informações sobre suas práticas de atividade física. Cinco anos mais tarde, os participantes voltaram ao laboratório dos pesquisadores para relatar seus níveis de atividade física e para aferir sua massa óssea novamente.

Os pesquisadores descobriram que tanto os homens que começaram o estudo com um alto nível de carga de exercícios, como aqueles que trocaram um ritmo leve por uma prática mais puxada apresentaram um maior ganho de massa óssea do que os homens que permaneceram sedentários.

De acordo com os pesquisadores, para cada hora de aumento da atividade física, durante os cinco anos do estudo, os homens ganharam mais massa óssea. O estudo descobriu que os participantes que realizavam uma carga de exercícios de quatro horas por semana (ou mais) apresentaram um aumento na densidade óssea do quadril de 1,3%.

Ao mesmo em tempo que os homens que permaneceram sedentários, durante o cinco anos do estudo, perderam cerca de 2,1% da massa óssea no quadril. "Uma constatação muito preocupante porque os ossos do quadril são mais propensos a sofrer com fraturas na velhice. As fraturas de quadril em homens, muitas vezes, levam à incapacidade grave e complicações sérias de saúde", diz Sergio Lanzotti, que também é o idealizador da V Caminhada de Combate à Osteoporose, evento que acontece em outubro, na Mooca, na cidade de São Paulo.

Osteoporose é coisa de homem também

Nas mulheres, a osteoporose é diagnosticada bem mais cedo do que em relação aos homens. Geralmente, elas ficam sabendo da doença quando entram na menopausa. Já eles, são mais acometidos por volta dos sessenta e cinco anos, quando a doença atinge um em cada oito. "Nos homens, a osteoporose está associada a inflamações crônicas e distúrbios renais. Por isso, uma das pistas para investigar se o esqueleto masculino está perdendo massa óssea é saber se o paciente sofre de artrite reumatoide", explica Sergio Bontempi.

O acompanhamento médico apropriado seria o suficiente para impedir o aparecimento e a evolução da osteoporose, mas os homens não têm o costume de fazer exames preventivos. O exame básico para diagnóstico e controle da osteoporose é a densitometria óssea. "O procedimento é rápido e simples, além de conseguir detectar níveis iniciais da doença, permite verificar a perda de massa óssea e determinar os riscos de fratura nos ossos comprometidos", observa o diretor do Iredo.

Em geral, costuma-se pedir a primeira densitometria óssea quando a mulher completa quarenta anos, para observação de massa óssea e/ou para fazer o diagnóstico precoce da doença. "Para os homens, a recomendação é fazer o exame, logo após completarem sessenta e cinco anos", diz o médico.