MORRO À VISTA NO MOUNTAIN BIKE

Morro à vista no mountain bike

No mountain bike existem subidas e subidas, sendo que algumas podem ser bem íngremes e técnicas. É comum depararmos no meio de uma trilha com trechos tão inclinados que chegamos a duvidar ser possível escalá-los. Ao insistirmos, porém, descobrimos nos primeiros metros que a dificuldade é quase sempre técnica e raramente física.

Por mais que tentemos, a roda traseira escorrega, a frente levanta, desequilibramos, não conseguimos trocar a marcha a tempo ou simplesmente tudo isso ao mesmo tempo.

Assim, enquanto empurramos a bike no restante do morro, nos perguntamos: qual o truque para subir essa pirambeira?

A resposta é simples: técnica, treino e persistência. Para orientar sobre a parte técnica, conversamos com o experiente mountain biker Fernando Fernandes, que já defendeu como profissional a equipe Santa Cruz-Sram-RockShock. Já o resto é com você.
 
Antecipação
 
Mantenha o olhar sempre para a frente e faça a leitura do terreno para antecipar as trocas de marcha antes da subida ou logo no início dela. Afinal, sob pressão, as marchas não funcionam direito e aumentam as chances de quebra de corrente. Na dúvida, opte por marchas mais leves, mesmo que venha a perder um pouco de embalo. Aos poucos, o ponto perfeito da troca — nem muito leve, desperdiçando inércia, nem muito pesado, impedindo o ataque ao cume — será encontrado.
 
O melhor caminho
 
Durante a subida, por mais íngreme que ela seja, mantenha os olhos na trilha e procure a linha mais limpa, tanto para conservar energia como para desviar de possíveis obstáculos. Mas não se atenha a eles, apenas identifique-os e volte a procurar um bom caminho.
 
Permaneça sentado
 
Quando a subida é tanto íngreme quanto técnica, pedalar em pé não é muito eficaz, pois a chance de a roda traseira perder tração e girar em falso é muito grande. Assim, permaneça sentado, próximo à ponta do banco, o que fará com que o peso entre a roda traseira e a dianteira seja mais bem distribuído, impedindo que uma perca a tração e a outra levante. Para ajudar na distribuição de peso, aproxime o tronco do guidão, utilizando-se dele para manter a roda dianteira no chão nos trechos muito íngremes.
 
Preste atenção ao movimento dos pedais
 
Ainda que não seja fácil — e algumas vezes realmente impossível — , sempre que conseguir, mantenha uma cadência redonda, sem solavancos e movimentos “quadrados”, pois esses movimentos tendem a levantar a roda dianteira do chão, além de tirar o equilíbrio durante a escalada.
 
Refaça
 
Ao escorregar ou não completar a subida, volte ao começo (se for curta) e tente novamente — lembre-se de que só a persistência aprimora.
 
Fonte: Matéria publicada na Revista VO2 Bike, edição 102